Perspectiva Geral
A semana passada terminou com um choque inesperado. Na noite de sexta-feira, 10 de outubro, quando a maioria dos mercados já estava adormecida, Donald Trump acordou a todos. O Presidente dos EUA anunciou que, a partir de 1 de novembro (ou até antes), uma tarifa adicional de 100% seria imposta sobre as importações chinesas, além das tarifas existentes. Ele também disse que os EUA introduziriam restrições de exportação em "todo software crítico", criticou a política da China como "hostil" e acrescentou que não via razão para se encontrar com o líder chinês Xi Jinping.
Os mercados reagiram de forma mista. O dólar enfraqueceu em relação ao euro e ao ouro, enquanto o petróleo, o bitcoin e outras criptomoedas despencaram.
EUR/USD
O par recuperou-se acentuadamente de uma baixa de 1,1541 na sexta-feira para fechar a semana em 1,1622, preservando uma estrutura de alta de médio prazo frágil. Os compradores continuam a defender a área de 1,1550–1,1600, embora a cautela domine enquanto os traders aguardam novos comentários de Trump sobre tarifas.
A resistência imediata está em 1,1645, seguida por 1,1710–1,1755. Um rompimento acima desta zona pode empurrar o euro em direção a 1,1810, com um alvo de médio prazo próximo a 1,2000. Se o par cair abaixo de 1,1525–1,1550, o caminho se abre em direção a 1,1400 e, embora menos provável, 1,1250.
BTC/USD
O Bitcoin atingiu mais um recorde histórico na segunda-feira, 6 de outubro, alcançando 126,310 antes de entrar em uma correção suave. Na sexta-feira, após o anúncio de Trump, o preço despencou para 103,720, mas o pânico logo diminuiu e a principal criptomoeda recuperou-se acima da forte área de suporte/resistência próxima a 112,000.
A demanda institucional e os influxos de ETF continuam a sustentar a tendência de alta de longo prazo. Os alvos de alta mais próximos estão em 128,000–132,000, e se o momentum se mantiver, o crescimento em direção a 137,000 permanece possível. Os níveis de suporte estão em 117,000 e 114,000; uma quebra abaixo de 110,000 pode desencadear uma correção mais profunda para 107,000.
Brent
O Brent fechou a semana a 62,06 por barril. Conforme previsto na revisão anterior, se os ursos conseguissem manter o preço abaixo da área de suporte chave de 64,80–65,00, ela se tornaria resistência, abrindo caminho para 62,50–63,00 – exatamente o que aconteceu.
As declarações de Trump amplificaram os temores de uma economia chinesa em desaceleração, dando aos vendedores um impulso adicional. Por enquanto, os compradores enfrentam a tarefa de recuperar a zona de 64,80–65,00. Falar de um rali em direção a 68,50–70,00 é prematuro, embora não impossível. A evolução da situação tarifária desempenhará um papel decisivo na formação das expectativas de demanda por commodities energéticas.
Tecnicamente, o quadro permanece baixista, e um movimento abaixo de 62,00 pode empurrar os preços em direção a 58,00 ou até 53,50.
XAU/USD (Ouro)
Na previsão da semana passada, esperávamos que o ouro testasse o nível de 4,000 no curto prazo, e a previsão se mostrou 100% precisa. Em 8 de outubro, o metal atingiu 4,059, depois recuou ligeiramente para fechar a semana em 4,010.
As expectativas de mais flexibilização da política do Fed e a incerteza global geral continuam a apoiar a demanda. Uma correção de curto prazo para 3,765–3,900 permanece possível, seguida por um crescimento renovado em direção a 4,200–4,465. Um movimento sustentado acima de 4,100 confirmaria a continuação da tendência de alta, já que os investidores ainda veem o ouro como o principal ativo de refúgio seguro.
Conclusão
A semana de 13 a 17 de outubro abre sob a influência do anúncio surpresa de tarifas de Trump. O dólar perdeu parte de seu apelo defensivo, enquanto o ouro e o euro estão recuperando força. O Bitcoin e o petróleo permanecem sob pressão, mas estão tentando se estabilizar após o choque de sexta-feira.
O ouro continua a parecer o mais forte entre os ativos de refúgio seguro, enquanto a perspectiva do Brent permanece baixista em meio a temores de uma demanda chinesa mais fraca. A resiliência do euro dependerá de mais retórica dos EUA, e o potencial de recuperação do Bitcoin depende de novos influxos institucionais. A volatilidade provavelmente permanecerá alta em todos os principais mercados, enquanto os traders avaliam o impacto econômico real das novas tarifas.
Grupo Analítico NordFX
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